(Inglês) E depois, claro, o personagem que mais me impressionou foi esse. E assim, depois do filme, tradicionalmente costumávamos ir sempre à loja local popular Woolworth, e eles tinham uma máquina de refrigerante lá. E íamos pegar um cachorro-quente ou vaca-preta ou o que fosse. Então, percorremos o departamento de brinquedos e esse estava na prateleira. Era o pequeno cofrinho do Dunga. E assim, eu disse: “Oh! Eu quero esse, papai.” Então, meu pai comprou para mim. E então, sabe, chegamos em casa, subi as escadas e coloquei em minha cômoda. E colocava meus trocados, mesada e tudo mais.
E depois a guerra começou. E então todos tivemos que ir para o campo de concentração. Mas eu me lembro que um dia, cheguei da escola e os agentes do FBI tinham ido lá. Verificando uma série de pertences pessoais nossos, confiscando nosso contrabando. Uma das coisas que meu pai tinha era uma espada katana de herança. Que tinha ido embora. E então acho que, coisas como câmeras e o que fosse considerado contrabando. Assim, aquilo me assustou - o impacto foi grande em mim. Então corri para cima, fui para o meu quarto e sentado na minha cômoda estava o Dunga. Fiquei aliviado, eu disse: “Oh, meu Deus, eles não confiscaram esse carinha.” Bem, finalmente acabamos indo para o campo de concentração. E levando apenas o que você conseguisse carregar. Coisas como essas, sabe...
Então, depois de três anos, voltamos e me lembro que a primeira coisa que fiz quando chegamos em nossa casa, foi correr até o andar de cima e lá estava esse pequeno Dunga, ainda sobre a cômoda. Eu meio que o sacudi, mas meus trocados tinham desaparecido. Mas estava tão aliviado que o meu Dunga ficou. E assim tem sido comigo todos esses anos, desde que eu tinha cinco anos, e tenho 81 agora.
Data: 26 de agosto de 2015
Localização Geográfica: Califórnia, Estados Unidos
Interviewer: John Esaki
Contributed by: Watase Media Arts Center, Japanese American National Museum
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