Crônicas Nikkeis #5—Nikkei-go: O Idioma da Família, Comunidade e Cultura

Arigato, baka, sushi, benjo e shoyu—quantas vezes você já usou estas palavras? Numa pesquisa informal realizada em 2010, descobrimos que estas são as palavras japonesas mais utilizadas entre os nipo-americanos residentes no sul da Califórnia.

Nas comunidades nikkeis em todo o mundo, o idioma japonês simboliza a cultura dos antepassados, ou a cultura que foi deixada para trás. Palavras japonesas muitas vezes são misturadas com a língua do país adotado, originando assim uma forma fluida, híbrida de comunicação.

Nesta série, pedimos à nossa comunidade Nima-kai para votar nas suas histórias favoritas e ao nosso Comitê Editorial para escolher as suas favoritas. No total, cinco histórias favoritas foram selecionadas.

Aqui estão as histórias favoritas selecionadas.

  Editorial Committee’s Selections:

  • PORTUGUÊS:
    Gaijin 
    Por Heriete Setsuko Shimabukuro Takeda

  Escolha do Nima-kai:

Para maiores informações sobre este projeto literário >>


Confira estas outras séries de Crônicas Nikkeis >>

identity pt

Nikkei com Y

108 anos após a vinda do navio Kasato Maru trazendo oficialmente os primeiros imigrantes do Japão, o Brasil se orgulha de ser o país com o maior número de nikkeis do mundo. Somente com esta informação, talvez uma pessoa desinformada possa acreditar que pela grande quantidade de nikkeis, o Brasil esteja acostumado com a língua japonesa, assim como atualmente está acostumado a comer sushi e assistir a animes. Ledo engano...

Mesmo em São Paulo, onde se concentra a maioria dos nikkeis, as pessoas não têm afinidade com a língua japonesa. Não existe palavra como o ciao do …

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Gaijin

Eu não conseguia entender minha amiga Emília. Levei-a para passar as férias na casa da minha avó, em Santos, com a esperança de que ela fizesse uso dos seus conhecimentos da língua japonesa, já que eu não possuía quase nenhum. Ou, nenhum mesmo.

Mas depois de alguns minutos de conversa, ela me chama de lado e desfere: Não entendo o que a sua avó fala!

- Como assim? Você me disse que sabia falar japonês!

- Eu sei, mas não entendo nada do que ela fala!

Emilia tinha razão: minha avó falava uchinaguchi, o dialeto de Okinawa. Só mais tarde …

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Daikon, kabu, akadaikon, akakabu

Depois de começar a cozinhar de modo um pouco mais consciente (morando com a Bia, minha namorada, naturalmente deixei para trás a época de universitário que achava que acrescentar alho no molho de tomate fugini era um grande feito culinário), passei a frequentar a feira na rua de baixo semanalmente, pensando um pouco na saúde física e muito na saúde financeira.

Nascido e criado em uma típica família nipo-brasileira no interior de São Paulo, meu repertório culinário foi composto durante muito tempo por receitas japonesas que conviviam em perfeita harmonia com pratos genuinamente brasileiros, como o feijão e a mandioca …

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Os ensinamentos da dona Terezinha

Minha mãe chamava-se Terezinha. Ela nos deixou dessa vida terrena aos 59 anos e considero que viveu muito pouco. Dizem que as pessoas boas vivem pouco porque precisaram de menos tempo para evoluir espiritualmente. Eu acredito nisso, minha mãe era uma ótima pessoa.

Tenho muitas lembranças com ela e como somos uma família nikkei, algumas dessas recordações remetem a palavras japonesas marcantes.

Nós somos três filhas. Isso mesmo, somente mulheres. Sendo nós três meninas, tivemos uma infância em que não faltaram companhias para brincar, aprendizados em conjunto, mas também muitas brigas com xingamentos, beliscões e tapas entre nós. Levávamos …

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O idioma japonês no dia a dia dos integrantes do Grupo Hikari de Londrina

Pertencemos a uma geração de crianças, jovens, adultos e idosos descendentes de imigrantes japoneses que vieram para o Brasil no período anterior à Segunda Guerra Mundial; alguns são filhos, outros netos, bisnetos e tataranetos destes imigrantes.

Ao deixarem o Japão, nossos ancestrais gradativamente foram absorvendo a cultura ocidental, porém a influência da cultura japonesa tem sido preservada em muitas famílias, principalmente quando as gerações mais novas têm contato com pessoas mais idosas que passam para os mais jovens os valores, os costumes, a culinária e, também, o idioma japonês.

No Brasil, a maior colônia japonesa fica no Estado de São …

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